Capítulo 2 - O dia do teste
Passaram-se
exatamente uma semana desde o dia que começou a estudar. A prova aconteceria às
duas e meia da tarde, naquele mesmo laboratório em que recebera apostila.
Renata tirou uma folga e viajou com os filhos dando um tempo para que Mara
fizesse a prova. Se passasse, ela seria segurança; se não, continuaria no
trabalho temporário de babá. Ela estudou muito para esse dia e estava
confiante. O grande problema naquele momento era saber o que vestiria, estava
muito ansiosa e a cabeça estava a mil. Colocou uma camisa branca, um suéter e
uma calça jeans. O friozinho da manhã havia dominado toda a casa, tomou um café bem reforçado
e comeu um chocolate para se acalmar. Mara desceu a escada, pegou sua bolsa e o
papel do cadastro. Conferiu a lista para ver se não faltava nada, viu o rabisco
que Davi fez na folha com giz de cera há um tempo, mas nada que atrapalhasse
sua inscrição. Olhou novamente para ter certeza que não estava esquecendo-se de
nada. Conclusão, tudo perfeito. Deixou a apostila em cima da bancada, saiu de
casa, trancou a porta e foi para o carro. Lá se lembrou de soltar Jennyfer.
Jennyfer era sua cachorra da raça Chow-Chow que ganhou algum tempo atrás ainda
filhote. Abriu o portão da varanda que também havia esquecido aberta. Soltou-a
e percebeu que a cachorra estava sem comida. Então não podia esquecer-se de
comprar a ração dela na volta para a casa. Após alguns pulos e uma pequena fuga
da animada Jennyfer, Mara saiu e dessa vez fechou o portão da varanda. Entrou
no carro e foi diretamente para seu destino.
O
estacionamento do laboratório estava lotado. Parecia que toda a cidade junto
com a vizinhança estava lá para fazer essa prova. Então estacionou na rua mesmo.
Pegou a bolsa, saiu do carro e foi até a entrada do laboratório. A porta se
abriu sozinha, aquele ar gelado do ar-condicionado bateu em seu rosto, sua
espinha gelou. Estava cheio de gente, ela foi até a recepção. Uma das mulheres
lhe atendeu.
- Boa Tarde.
- Boa Tarde, eu vim me inscrever para o
teste.
- Claro. Cadastro por favor! - Mara o
tirou da bolsa e entregou o papel para a simpática recepcionista que continuou
- Seu número é oitocentos e quarenta seis. Seu lugar já está marcado - Após
estas palavras e um sorriso, Mara se afastou da bancada espantada com número de
pessoas que estavam concorrendo à vaga - Moça! Espere! - Mara retornou com
pressa - Sua sala é 1 D, no quarto andar. Enquanto o teste não começa, aguarde
no hall.
- Obrigada!
- Boa sorte e Boa tarde!
Mara nem precisou esperar muito, alguns
segundos depois de se sentar um homem de jaleco desceu as escadas com outros
soldados armados logo atrás, todos eles estavam em ótima forma com quase dois
metros de altura. Ao contrário do líder que falara, ele era baixo, de cabelo
liso e bem escuro, usando óculos de grau:
- O tempo de inscrição acabou. Por favor,
dirijam-se até suas salas e sentem na mesa correspondente ao número que
receberam na recepção. Devo avisar que Oitocentas e sessenta pessoas estão
disputando trezentas vagas. Realmente desejo-lhes uma boa sorte, podem ir às
suas salas. Mara se levantou e um pouco nervosa e seguiu ao local onde faria a
prova.
Será que Mara conseguiu passar na prova??